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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

MENINA DE RUA


Tinha o luar nos olhos
a neblina em sorrisos boquiabertos
o vento nos cabelos de noite
e as lágrimas acariciando-lhe os calos.

domingo, 24 de novembro de 2013

LOGO

Logo vi
era você
na primeira fila
sorri
sorriu
partiu

Logo vi
era você
na minha cama
amei
amou
demorou
a chama

Não acordei
era você
em meus sonhos
chorei
choramos
amamo-nos

Acordei
demorou
vesti saudade
sorriu
partiu.

Logo vi
era você
na primeira fila
sorrimos...



Simbiose

Hei de ficar em você
edificar você
e de ficar em você
edifico-me.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Vingança Fatal.

Estava com a última lágrima chegando ao último milímetro do queixo.
Queixo longo da adolescente reclusa,confusa...
-Por que olhos se molham quando choramos?-indagava a menina. E logo se respondia:
-É para lubrificar a alma.
E não soluçou mais. Fechou os olhos suavemente e sonhou com fantasmas.
Tão pesado sono, tão real pesadelo. Às vezes sofria alguns espasmos pelo susto ou medo do enredo.
Não sabia distinguir o real do absurdo. Sete longas horas depois o sobressalto deu cabo do fantasma
maior. Acordou assustada, num quase grito chamando o nome de quem tanto a fizera sofrer: -Stéphano!
Ao mesmo tempo em que se deitou novamente abraçando o travesseiro, percebeu que o amado não estava ali.
Pensou nos  dois dias que já havia chorado. Quis chorar de novo, mas não havia mais lágrimas ou ao menos não conseguiam mais alcançar o seu rosto. -Tanta dor não poderia ser suportada por qualquer outra pessoa, pensava. Sentou-se na cama novamente, passou as mãos pelo rosto até alcançar os cabelos negros repartidos ao meio, fletiu seus joelhos, abraçou as pernas e começou a balançar o corpo. Nesses instantes pensava no porquê de Mara tê-la sacaneado, justo a melhor amiga, de tantas jornadas e confissões nesses  quatro anos de amizade. Levantou-se rápido, sem mais palavras...pensava somente em vingança. Tomou um banho gelado, perfumou-se, vestiu sua melhor roupa e saiu. Duas da manhã, trânsito caótico próximo às baladas...Finalmente consegui estacionar. Certamente eles estariam ali-pensava, numa mistura de ansiedade e raiva doentia. Deparou-se com os dois tidos por ela como traidores, mãos dadas, sorrisos, beijinhos e abraços. -Certamente não me viram. Vou me vingar, acabar com essa festa, acabar com eles. Rapidamente atravessou o caminho dos dois numa atitude inesperada. Nesse instante Cláudio, seu amigo de sempre e ex-namorado de Mara encontrava-se à sua frente, próximo ao casal. Ela então se aproximou, pegou a garrafa de cerveja que Cláudio bebia e numa atitude agressiva, algo delinquente, inconsequente, quase arrancou os lábios de seu amigo num estalante, inebriante e molhado beijo. Pronto, a vingança estava feita.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Lígia

Se liga
se liga na liga
liga de seda
seda de Lígia.

Se liga
se liga na Lígia
na Lígia de seda
se liga.

Liga a pira
e pira na vida
com Lígia
com seda
com liga.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

A História de Leidi Preta

Leidi Preta engravidou aos quinze
E morreu logo após o parto.
Leandro nasceu preto e preto ficou
Cursou Direito e até virou doutor
A foto de Preta ficou no quarto
Sorrindo como uma flor
Seu sonho virou real
Está feliz pelo fruto daquele amor
Ninguém  e nada mais a atinge
Nem a ausência do pai rico
Nem qualquer outro tipo de dor.



sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Supremo Triunfal Marginal

Embargos infringentes...
indecentes afagos
a bandidos com paletó
de fino corte.
Suprema corte...
insensatez
independência ou...
estupidez?
Mentiras veementes
suprema morte
insanas mentes
infringentes embargos
isso já deu pros meus bagos!

sábado, 14 de setembro de 2013

Estrela Cadente.

Felicidade do tamanho da estrela
que dos olhares se embebeu.
Seremos o brilho seu,
raio que aos pedidos de amor
nossos pensamentos remeteu.
A estrela caiu,
o pedido foi feito...
Aconteceu!

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

"Guerra Iminente"

A carne há de sangrar...
crianças brincarão sim
com os ossos de seus pais
e os pais,...eles chorarão
desesperados os filhos perdidos...

A carne há de sangrar...
de novo os canhões arrotarão
em gigantesco estrondo
a maioridade bélica dos envolvidos.

A carne há de sangrar...
os injustiçados gritarão,
os injustos gritarão
mais e mais alto,  e tanto,
que nem se saberá
quem são homens,
quem saõ canhões.

A carne há de sangrar...
o soldado apertará o botão
decidido, persuadido,
ele apertará o botão.

Do outro lado do mundo
contar-se-ão dólares em bilhões
de vendidos mísseis e aviões,
de rendidos gaviões...

A carne há de sangrar...
de novo os livros estamparão"Por quê?"
a velha pergunta que há muito não cala,
enquanto não se calarem os canhões.
Ah, se os canhões  falassem, até eles
hesitariam em atirar: "Tire as mãos de mim
soldado imundo, não quero ferir tais corações!

As mentes hão de lastimar...
o cheiro da pólvora apavorará,
os animais  perguntarão:
"Que fazem esses humanóides,esses animais?
 Vão comer toda essa caça?!"
A fumaça entrará nas casas sem distinção,
e o cheiro da morte,
falta de sorte? Não, luta desigual!

Quem dera, se a guerra de fato  é inconteste,
 fossem só dois os lutadores
 e de preferência se atingissem mutuamente,
Bashar x Obama, ambos na lama,
sem mais perdedores.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

domingo, 8 de setembro de 2013

Mundo Angular



O mundo é quadrado
Tropeçando em seus ângulos
Tortos, inda que retos
Caio na esquina, e na outra,
De canto em canto
Me desencanto
Estou redondamente enganado
Acerca desse mundo quadrado.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

"IDENTIFIQUE-SE"

      Já viram, ou melhor, cheiraram, como os "puns" remetem-nos a identificar uma pessoa? Por exemplo, meus filhinhos, pequenas e lindas crianças, quando soltam um pum, sei qual deles foi. É como se cada pessoa tivesse um padrão de pum, como as digitais, a íris, a retina. É muito estranho falar de puns, mas se essa premissa for verdadeira, ou seja, se os odores dos puns forem determinados geneticamente, ninguém terá um pum igual ao do outro. E onde está a importância disso? Bem, poderíamos imaginar esses odores como uma forma barata e simples de identificação. Seria mais seguro para todos.Enquanto naquele filme do Tom Cruise ele pega o olho de outra pessoa no mercado negro, para mudar sua identidade, e assim não ser reconhecido pelos insetinhos- robôs, não correríamos qualquer risco de alguém fazer o mesmo, nos matando só para roubar nosso pum e assumir nossa identidade.
       A velhinha chegaria até a porta do banco e, ao invés de passar o cartão magnético para poder entrar, soltaria um pequeno pum próximo a uma máquina identificadora de puns. Claro que seria uma máquina com toda a sofisticação que a Ciência permite. Teria que estar bem próxima da bunda, para que ninguém precisasse erguê-la, sob risco de cair e fraturar uma costela ou uma perna(os banqueiros teriam que pagar fortunas de indenizações). Mas, os problemas não acabariam aí.Se duas pessoas quisessem entrar ao mesmo tempo no banco, haveria um constrangimento absurdo:
     -Minha senhora, eu cheguei antes, chega pra lá que eu peido primeiro.
     -Negativo, nós chegamos  juntas, que-ri-da.
     -Olha, se peidarmos ao mesmo tempo, ninguém entra, que a máquina não identifica, tá?
       Para não se ter esse tipo de problema, talvez se devesse aproveitar a tecnologia, já existente, da porta giratória, mas fechar cada parte por completo, como se fosse uma cabine telefônica, onde só a pessoa cheirasse o próprio pum. Outro entrave seria quando alguém estivesse com diarréia. Já pensaram a máquina acusando erro de identifição? "Prezado cliente, não foi possível identificar o seu flato, favor curar-se da diarréia e tentar mais tarde.Lembramos que o odor que fica armazenado em nosso banco de dados é para pessoas que não estejam tomando medicamentos, não tenham comido feijão,salame, nabo,rabanete, batata doce ou pizza de escarola".
        Aí a coisa complicaria, pois quem hoje em dia não toma remédios ou não come qualquer daqueles pratos? Uma forma interessante de identificação seria pelo som do pum: grave, agudo, estéreo, mas, talvez isso seja para o século XXII. Nossa, esse século lembra XIXI; E esta é uma outra idéia...
        Mas, gente, até lá, vamos continuar levando carteira de identidade,CPF e cartão magnético. Assim podemos, sem estresse, jantar no dia anterior sem medo, beber com os amigos, tomar nossos remedinhos e...até ter uma dorzinha de barriga de vez em quando.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

"Outra Face de Mim"

Minha cara
Se soubesses
Minha  outra cara
É mais triste
Que as caras que viste
Sem disfarces e vestes
Sem som e chiste.

Cara sem olhos e boca
Sem semblante
Machucada,desgraçada...
Dolorosa vida sem ti
E tu, minha cara,
Sem mim.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Crônica da Alma

A alma não está no coração, como os antigos pensavam. Esse órgão pulsa tão rápido, que não teria
tempo para abrigar algo eterno. Tampouco o nosso cérebro. Tão complexo e recluso, não poderia se abrir à simplicidade da alma. Então onde, onde estará a nossa alma?! Nas narinas! Não sei se porque Adão talvez fora insuflado pelas narinas, mas porque as narinas nos permitem o silencioso cheiro, o lento, lírico e inebriante cheiro. As bocas que se beijam aproximam as almas que são sorvidas reciprocamente. Cheiramos o amor, a fragrância, a chuva, a grama,... cheiramos a alma. Essa inteiração de corpos e sonhos permite-nos viver do ar que respiramos e do cheiro de toda a Natureza. E se toda a Natureza é passível de ter odores, ela e nossa alma são uma coisa só.  Hoje não vou mandar beijos. Vou mandar um cheiro para todos.  

sábado, 11 de maio de 2013

Luana Quevedo

Luana Quevedo

Lu ama o que vê do
mundo,
que veio de estrelas
longínquas
transgredindo fundo;
Luana que vê do
avesso o que é do avesso
e do céu o que é do céu,
sente-se menino travesso
reescrevendo o terço
e reinventando sonhos
de sinceridade pura...

Eloquente e afiada língua
Sorriso talhado de preciosa pedra...
Em olhares verdes se implode
até tirar da própria regra
a felicidade
que muitos chamam loucura,
que em verdade é poesia
de magna força
recoberta de farta doçura.

terça-feira, 7 de maio de 2013

sexta-feira, 12 de abril de 2013

O Aperto do Botão

As janelas bateram, bateram, bateram várias vezes durante a tempestade.
O sobrado marrom, de maderia, lembrava um castelo mal-assombrado
prestes a receber os fantasmas ou monstros de um filme de terror. Só as
janelas eram brancas, e brilhavam a cada relâmpago.
Malcom,o cachorrinho amarelo,assustado, escondido na oficina sem portas, o botão de rosa que quase beijava o chão a cada rajada de vento, e as duas
palmeiras  ao lado , todos trêmulos ,teriam desejado criar asas e sumir do caos. Eram onze da noite, a neblina juntava-se ao já sinistro cenário e a temperatura ía caindo.
As ruas do vilarejo estavam desertas.Poucos lampeões se desenhavam nas janelas das casas,as chamas ora dançavam  sob o vento que entrava pelas frestas, ora se agigantavam como uma bola de fogo que  quase engolia as cortinas enlouquecidas.
Teria sido  muito perigoso sair após o alerta da rádio local. Demitri já estava  de malas prontas para ir à cidade e alugar um quarto próximo à faculdade.Seria seu primeiro ano no curso de Direito. Sua mãe Maria já chorava pelas quatro horas de viagem que a separariam do filho. E os menores Yasmin,de dez anos, e Ivan, de oito,  eram muito apegados ao irmão.Afinal, ele quem assumira o papel do pai  morto na  guerra. Seria um difícil período de adaptação.
Os quatro conversavam numa mistura de saudade intempestiva e alegria pelo atraso do trem.
A tempestade então passou , mas deixou a neblina de rastro. A hora da partida havia chegado.Ouviram-se somente os sons das rodas e dos freios, como uma respiração forçada, interrompida por tosses metálicas do "gigante de ferro".Demitri ainda soluçava e  enxugava as lágrimas, quando entrou rapidamente no primeiro vagão, sem olhar para trás.Sua mãe e seus irmãos acenavam em silêncio, esticando-se para vê-lo uma última vez. Em vão. Sentou-se no banco ao lado do corredor. Abaixou a cabeça sobre os joelhos e voltou a chorar feito criança. Um  longo e seco estrondo abafou todos os outros sons. E uma imensa luz  de chamas lambeu e deglutiu tudo  em segundos.Seguiu-se um vento quente, devastador, que acabou por derrubar as árvores que teimaram em permanecer de pé. E tudo, absolutamente tudo, ficou em silêncio.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Desencarnando

Abracei-me ao vento,
fiquei imóvel
até chegar ao céu.

Marginal

Sou carne retorcida
de água embebida
e ossos duros
de roer.

Sou palavra podre
"Poeta, não se intrometa"
-disseram os monges-
com as  mãos trêmulas
nas divinas escrituras.

Sou o olhar contemplando vivas estrelas
"Louco, não há vivas estrelas a contemplar"
-disseram os cientistas.

Sou marginal do pensamento
"Poeta"- disseram os não-poetas
"Você não sabe pensar".

Sou o amor de faz-de-conta
"Louco"-disseram os não-amantes
"Desse jeito não se pode amar".

Sou a tristeza na multidão
a felicidade da árvore única
a dor e a alegria
da imensidão que seria
vivência de misturas...
"Chega!"-gritaram os zumbis-
"Você não sabe viver
 é só mais um poeta".


 

segunda-feira, 11 de março de 2013

Conclave

Conclave
com clavas
com chaves
conchavos
com fisco
confisco
compaixão
com paixão
compenetrados
com penetrados.


Contudo
com tudo
condecorados
com decorados
condescendentes
com descendentes
confusão
com fusão.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

IRA

Cravei meus caninos
em minha carne débil
prescindirei desse corpo
(veneno puro tornou-se...)
Mastigo pesadelos
eructando ora blasfêmias
ora apelos
soco minha boca
e quebro as presas de lobo
tento lamber a ferida
do corpo triste.
Tento um contato com a alma
mas onde está?
Não no coração
nem na mente.
Talvez nas narinas
a alma está nas narinas.
Respirarei profundamente.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Natureza Humana

Pirados
macacos
irados
ratos
apáticos
leões
famintos
formigas
amigas
pássaros
cantantes
vacas
dançantes
ovelhas
saltitantes
preguiça
omissa
borboletas
cativantes
golfinhos
fofinhos
antas
capivaras
papagaios
amados
gatos
araras
lontras
pompas
onças
tubarões
durões
baratas...
baratas?
não,
chega!
ecossistema
foda-se!
 

domingo, 3 de fevereiro de 2013

ENTREGA


Sê toda a alma
se a alma for toda tua
se.

Ex-Piro, Ins-Piro.



Com dor no pescoço
Desinspirado
Piro
Inspiração não vem
espirro...
caio no poço
quanto falta para o além?
Inspiro.

INDULTO



Foi tudo em vão
passei pro banco de trás
deitei-me e chorei...

As estrelas corriam rápido
assim como os carros e as pessoas...
A chuva não veio
mas mandou a sua tristeza.
...
Deveria ter sido um dia chuvoso.
As árvores balançavam tanto
menos um galho, o daquela árvore.
Enrijecido, seco, quase morto,
ele parecia triste entre as dezenas
de majestosos galhos verdejantes.

As lágrima caíram no tecido velho,
O cheiro da poeira se misturou a elas
e ao da fumaça do escapamento...

Pensei em ir embora a pé,
mas o motorista tentava me consolar,
mostrando a beleza da cidade e suas luzes,
e havia uma trava de segurança,
segurança? Senti-me enclausurado,
ouvindo sem escutar...

Já não via o galho seco
já não corriam as estrelas, nem o carro.
Motorista estacionou no que parecia ser um hospital.
Era outra internação. Adormeci.
Postado por OMAR ELLAKKIS às 00:

Notícias de Domingo

Passei na loja da esquina,
Comprei um presente qualquer
Tipo perfume de mulher
Cheguei à banca
E com toda a panca me queixei
Da revista que não tinha
Ah, domingo do cacete!
Fui comprar frango com farofa,
Queria uma coca-cola. Não tinha.
Levei guaraná. Depois é difícil dormir.
Mas pra que dormir se o pesadelo me acompanha?
Chego em casa meio dia,
Porra nenhuma na TV
Jornais jorram sangue,vertem tristeza.

Como o frango e a farofa. Deliciosos.
Dá sono, ainda não fez efeito o guaraná.
Abro uma cerveja estúpida como aquele domingo,
Leio a revista de sempre,
Com noticiários de sempre:
De já vu total. Ligo a TV e desligo- Faustão não dá,
É muita anticultura.
Deito no sofá e tiro um cochilo...
Acordo assustado com o pesadelo do Japão explodindo
No pesadelo tem uma 3 guerra. Que merda:
A política do medo toma conta do mundo;
Melhor caminhar na praça e esquecer qualquer desgraça
Que possa acontecer.

Melhor tomar a chuva de hoje depois do sol escaldante
Quem sabe não faltará água depois do caos?
Sinto um frio esquisito,
Talvez seja medo do infinito
Ou a apreensão da guerra que ainda não veio.
Se vier a guerra, queria estocar amor e amizade,
Queria meus filmes e fotos intactos,
Se vier a guerra, quero meus amigos e família por perto.
Se ficarmos isolados, ao menos estaremos juntos.
Por enquanto só quero acordar desse pesadelo depois do frango com farofa.
Domingo esquisito esse. Acho que vou vistar um amigo,
Tomaremos uma cerveja
e aproveitaremos enfim este maravilhoso domingo amarelo!



Sumaya

O SORRISO DOMINANDO
A PRESSA DE VER-TE,TANTO,
EM MEU CORAÇÃO
DE SAUDADES
EM PRANTOS.
VEM DEVAGAR O SONHO
DE VER-TE NO AZUL
DE TEUS OLHOS
COR DE CÉU.

VEM DEVAGAR O SORRISO
DE VER-TE SORRINDO
A TIMIDEZ ANGELICAL.

VEM DEVAGAR A TUA IMAGEM
DE FELICIDADE INCAUSAL:
DOCE ALEGRIA.
VEM DEVAGAR A TUA MENINICE
MEIGA
BALBUCIANDO POESIA.
VEM DEVAGAR O TEU OLHAR
DE CURIOSIDADE
BANHANDO TODA A CASA.
VEM DEVAGAR A TUA INOCÊNCIA,
INCONSEQUENTE,
DE PULAR DO SOFÁ
E PUXAR A TOALHA DE MESA.

VEM DEVAGAR A FELICIDADE,
BEM DEVAGAR.
 
 

Descoordenadas


Latitude
retitude
longitude
pertitude.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

"Status-Quo Brasil"

       Arlete agonizava. Não entendia o porquê de tanto ódio.
Ao mesmo tempo não queria pensar em nada, a não ser na
própria sobrevivência.
Morrer num shopping não era o que imaginava para si.
Ainda mais na véspera do aniversário de seu casamento. Triste,
muito triste para uma menina de vinte e um anos, bonita e cheia
de sonhos, inclusive o de ser mãe. "Por que alguém atirou?"-Pensava
ainda espantada com a ação do assaltante."Eu nem reagi e ele já chegou atirando."
Uma multidão já  a circundava e , não fosse pela beira da morte, o shopping estaria lindo,
cheio das luzes de Natal e enfeites vermelhos, brancos e pretos.
       Arlete pensou nos pais primeiro, depois no marido e ,por fim, nos filhos que não poderia mais ter. A dor havia passado, mas não o sentimento de culpa por ter ido  justamente àquele shopping.
      As lojas já estavam fechando as portas, mas não aquelas no seu entorno , de tanta gente que assistia ao triste espetáculo. Policiais, para-médicos, voluntários, curiosos, quem sabe até o assaltante estivesse ali... 
      Todos boquiabertos, alguns com as mãos à cabeça, outros , no queixo. Muitos murmuravam quaisquer coisas sobre a falta de segurança . Sîlêncio súbito, Arlete não mais respirava. As pessoas passaram a se dispersar aos poucos:  Mais um corpo entraria no Instituto Médico-Legal naquela noite.Os familiares não dormiriam, tamanha era a tristeza. As estatísticas aumentariam e o assaltante tomaria uma pinga no bar da esquina. No dia seguinte a vizinhança comentaria " Esse mundo tá muito perigoso". E o poder público reforçaria o policiamento para até depois do Natal. No Congresso Nacional os políticos tratariam de mais uma CPI da corrupção e de uma audiência pública para debater a campanha do desarmamento. 

domingo, 13 de janeiro de 2013

Indulto


,

Foi tudo em vão
passei pro banco de trás
deitei-me e chorei...

As estrelas corriam rápido
assim como os carros e as pessoas...
A chuva não veio
mas mandou a sua tristeza.

Deveria ter sido um dia chuvoso.
As árvores balançavam tanto
menos um galho, o daquela árvore.
Enrijecido, seco, quase morto,
ele parecia triste entre as dezenas
de majestosos galhos verdejantes.

As lágrimas caíram no tecido velho,
o cheiro da poeira se misturou a elas
e ao da fumaça do escapamento...

Pensei em ir embora a pé,
mas o motorista tentava me consolar,
mostrando a beleza da cidade e suas luzes,
e havia uma trava de segurança,
segurança? Senti-me enclausurado,
ouvindo sem escutar...

Já não via o galho seco
já não corriam as estrelas, nem o carro.
Motorista estacionou no que parecia ser um hospital.
Era outra internação. Adormeci.