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domingo, 15 de abril de 2012

A Caneta Dança

Quatro paredes me engolem,
o monitor mastiga a minha cabeça
e o teclado rosna...
O sol pisca na janela marrom
anunciando o dia cálido.

O condicionador de ar
me condiciona: "sem condições"!

Os livros técnicos ora espiam,ora fogem...

A caneta dança, pula, claudica,
a se esfregar, disléxica,
em desenhos clínicos,
letras piréticas
golpeando o papel passivo
e terminando mais um relatório médico.
Venceram o teclado e
sorriem: Missão cumprida.

Como um bom-bom
sem me levantar, faço um suco e
tomo; Dá sono mas, fico acordado,
estafado. Escrevo
letras patéticas e sorridentes,
agora no teclado tagarela:
Verso com meu corpo do avesso,
minhas palvras reversas ,ora secretas,
ensimesmadas, dão gargalhadas do nada...

A caneta dorme, fatigada,
o monitor vai fechando as pálpebras,
o condicionador de ar suspira comigo,
o teclado insiste em continuar mas,
o monstro-mouse engole tudo.


Dia bom, cansativo;
O esqueleto dói,
os olhos ardem de atenção e
ressecamento, sem ressentimentos.

Seco a umidade da mão,
fecho as portas,
faço as malas do "rush",
ajeito de novo a mesa
e vou para a casa
achar outros sorrisos
e outros sons.






domingo, 8 de abril de 2012

Quem ( que) sou?

Sou preto
sou branco
amarelo
e vermelho.

Sou eu
sou algo
alguém
ninguém

Sou tudo
sou nada
alguma
coisa.

Coisa não

Sou luz
luz  preta
branca
amarela
e vermelha.

Sou.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Ana Rita

Ana Rita
Mulher-sorriso
amiga que sempre tive
sem nunca ter sabido
alegria de acaso e improviso
coração que se me deu
num mundo paralelo
Ana Rita
o elo
a alma rica
o abraço sincero
o amor de amigo tão belo
e belo é pouco
pra tamanho amor que quero
seja sempre sentido.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

domingo, 1 de abril de 2012

"Di Amantes"

Fecho os olhos,
pesadas pálpebras
de pecados metálicos,
e choro, encolhido,
trepidando a minha angústia
em despudorados soluços,
pelo ocaso, sim, e mais
por tua face estar
mais triste que a minha.

Tens a beleza de um anjo,
e também seu brilho a molhar...
a exorcizar  escuras montanhas
entristecidas de devaneios vãos.


Tua agonia sangra-me a alma,
então derramo, com o último beijo,
o meu último grito:-Volta!

Verto lágrimas, em sintonia
com meu coração, que pesam
tanto quanto a distância
que,dilacerado, fiquei de ti.

Vejo teu sorriso parco
e teus cabelos lânguidos
a sufocar suspiros...

Sinto tua face triste
quando me desato do teu
onírico abraço
sem fim.

Agora o que faço?

Sei que o meu beijo viste
esvair-se como a névoa,
dissipando-se pela noite
pouco a pouco, até se tornar
somente uma noite escura.


Meu mundo de anjos  escasso
e de vampiros repleto,
a se degladiar,
me leva ao fundo pífio,
infinito, do não-encontrar.

Apelo para a saudade,
nosso mais forte elo...

Vejo teus olhos tristes, mas
Vertendo lágrimas "di amantes",
cristalizando, talvez,
pedaços de alegria
que embebem nossas vidas
com amor e dor
que não cabem em ti,
que não cabem em mim.