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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

AUTOPRESERVAÇÃO

Só fugirei de mim
quando definitivamente
conseguir me alcançar

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Lapso triste

Lábios cerrados
profanos,insanos
lágrima que desce
esquecida
de amores perecida
face petrificada
de lamúrias
contempla o céu sinistro
só há a sinfonia da chuva
e a fragrância úmida das flores:
Respiro gotículas de esperança.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Salime

 Se saí do aconchego
do teu ventre balsâmico,
única morada conhecida
da inconsciente vida aquática,
Donde ainda te causava náuseas
e dores,foi para encontrar teu
colo feito de leite santo,
saído da alma,
e de um amor puro , feito de Deus.
O resto de ti, mãe,mulher valente,
sabemos,é feito de aço
para suportar,por mim,
as minhas dores.
                             
 

domingo, 13 de novembro de 2011

Noite em Claro:





Chorei a tua ausência
tanto e continuadamente
que me esqueci do amanhecer...
É hora do almoço
os pássaros já não cantam
tamanho é o calor.
O coração gélido se fecha
e se racha em dois
No gelo também se congelam as mágoas
A saudade não.

Balança da Vida

Tive dias bons e ruins
Ainda os tenho
Pesam mais os dias ensolarados
Que me dão passeios no jardim.

Festival Literário



 Quisera estar em São José
dos Pinhais.
Lá as araucárias frias
 se empinharão de palavras
de puro magma
vindas de corações vulcânicos.
.

Sem sombras

Sigo com sono
na a sombra
da minha ignorância
Acordarei de madrugada:
inventarei a luz sem sombras


Sultão de Periferia

Mesmo tendo sangue azul
Não anseio as maiores riquezas
sigo em vida simples
Fechei a piscina e a discoteca
da mansão. Oneram muito
Bastam-me um só jatinho
duas mercedes
e três ou quatro mulheres
que me amem de verdade.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Elo

Sou um umbigo
cercado de mim mesmo
por todos os lados.

PACOTE


Seja a minha amada
Seja
Seja a minha amante
Seja
Seja a minha amiga
Chega
De ser o salgado
Sem ser a carne
Chega
De ser o petisco
Sem ser a cerveja

QUOTIDIANO DA PAIXÀO

 
No brilho dos teus olhos
No trilho do meu braulho
No fio da meada
Da trepada
No puto da minha cara
Do fundo da minha tara
Na tara do teu fundo
Na vara.
Nos cílios da tua xana
Minha pica se apaixona
E faz escara.
No bico do teu bico
Deliro moribundo
E sigo pra outro mundo
Com a força de uma cavalaria.
E no calor do teu peito
Cansado e feliz me deito
Já com saudades do teu riso.
E depois do vulcânico orgasmo
a póstuma calmaraia
o delírio da magia
da incessante alegria
de morrermos na madrugada
e revivermos no raiar do dia.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

EN( DESEN) CONTROS


De novo você vem
De novo você vai
A lágrima desce em quem
Sabe que dessa vez
você não vai mais voltar
o sol veio triste
apagou-se na solidão cinza da nuvem
as estrelas sequer aparceram
o frio castiga os mendigos
a neblina tem a forma de um fantasma
misturam-se o sono e os soluços.
ouço o silencio...não!
Vejo o próprio silencio
transformado na pedra muda ao meu lado
a chuva quase vem, mas o frio vence.
Noite sinistra:
Será longa a minha dor.
Vou mesmo dormir na pedra do meu silencio.
 

LÍBANO


 
LEÕES TE PERSEGUEM
E TAMBÉM AS HIENAS
NAO SEI QUEM É QUEM
DEVERAS,
SÓ SEI QUE TU
TU ÉS A OVELHA!
GUERRA VELHA
SEM REGRAS, SEM FOCO,
DE TODOS CONTRA TODOS
E NINGUÉM CONTRA NINGUÉM!

PESADELO


Fria madrugada,frio
Martírio no delírio do
Sono profundo
Repleto de outro mundos.
Madrugada fria
Frio leito de desejos...
Frias tristezas indefesas,
Triste madrugada
Frios suspiros ,ora delírios,
Não sei se durmo de fato
Ou a tristeza é o próprio delírio
 

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Alhos e Morangos


Parei o carro na fila do shopping, ainda na rua,
uma vendedora de alhos se aproxima;
pensei em comprar alguns:dizem ser bons
para exorcisar espíritos maus.Fiz um sinal com o dedo:
melhor não. Carro com cheiro de picanha mal-passada é?!
... Avancei mais um pouco.Um menino vendia morangos.
Pensei em adocicar minha boca. A fila andou rápido.
Deixei tudo para trás. Fui tomar meu café delicioso.
Coitados dos vendedores. Se estivessem na Transilvânia,
pintariam bocas de vermelho doce, feito vampiros, e espantariam
os maus espíritos, feito exorcistas.Ganhariam seu pão!

A Tal Alma

estou de estômago e mente vazios.
minha alma transita entre os dois
quem sabe pelo coração
se ao menos estiver pela metade.

domingo, 6 de novembro de 2011

PERSEVERANTE

Astuto
um homem ganha o mundo
ganha fama
sendo perseverante
astuto,enriquece.
outro homeme ganha fama
sendo meliante
corrupto,enriquece.
outros tantos ganham fama
atropelados lá adiante
na curva do viaduto:
Não foram astutos o suficiente
pra fugir  do meliante.

O Caos

o caos é o saco ao contrário
meu caos é quando a vida é um saco
meu saco é quando a vida é um caos
pior quando o saco vira o próprio caos
sem deixar de ser um saco:
um saco caótico!

sábado, 5 de novembro de 2011

Alvorada de Um Doido

Sigo
Cego
Mudo,
Mudo o rumo e sigo
No profundo da alma...
Cego continuo
Falo sobre minha gagueira, falo,
Cego do mundo
Mudo o rumo e paro,
Sento.

Sinto o frio da calçada
E a lama do mundo
Deito no leito dos excluídos
Deito , não durmo.
Sou mendigo bêbado de bêbadas idéias,
Sou as próprias  idéias arcaicas
Num corpo débil e imundo.

Falo sobre meu pensamento profundo
Falo a ninguém
Sou meu próprio ouvinte.
Agora vejo a noite vestida de névoa...

Vejo por alguns segundos os carros lindos passarem
Luzes e xales em chalés luxuosos
Pés descalços os meus,roupas rasgadas
E barriga à mostra
Cabelos ao vento gelado, crespos como a vida,
Negros como o asfalto molhado.

Desmaio com um raio da chuva na cabeça
Não sigo mais pelo mundo.
Piro e de vez expiro!
Vou para um outro mundo,
Não era o raio da chuva,
Era o fuzil
Cantando ao moribundo.
Sigo cego, mudo, leve
Não mudo o rumo
Vou no sentido do infinito...
Do infinito céu agora azul
 e bem mais bonito!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

                          O Trote


    Maria Luiza fez por merecer
Passou no vestibular entre os três melhores.
Direito não é fácil. Sofreu com o trote,
Chorou, deu uns tapas ,mas apanhou muito.
Até se mijou de medo e raiva.
    Pegou sua mochila e foi falar com o reitor:
-Esses alunos são uns animais. Esses trotes devem acabar
E o senhor é co-responsável. Deve dar um basta nisso.
-Minha querida, não é tão simples assim. Faz parte da
cultura , da sua própria cultura.Mas podemos apurar os fatos
e ver se houve exageros.E dizendo isso o reitor aproxima-se e  alisa-lhe os cabelos. Massageia
seus ombros e aperta seus braços.
    Maria Luiza entendeu o recado. Tirou a camiseta e mostrou seus seios
fartos e rosados. Sua beleza era simples e atraente.Sua inteligência que  era complexa:
Despiu-se por completo e entregou-se ao reitor.
    A diferença de idade nem era tanta. Dezenove anos não se distanciavam tanto assim
dos bem vividos cinquenta. Transaram animalescamente na escrivaninha, mas com o cuidado
de não fazer tanto barulho. Em vão. Quando a quase adolescente saiu da sala, os que aguardavam
na recepção perceberam que os cabelos desarrumados, o rosto pós-orgásmico e o ziper aberto do jeans apertado eram uma confissão pura.
    Pior que ela gostara da pegada.O reitor era bom na coisa.
No dia seguinte Maria Luiza vai ao primeiro dia de aula,de fato.
A primeira coisa que viu no edital ao lado da porta da sala foi:
"Reitor proibe trote na univerdidade". Sentiu-se meio anjo meio diabo, meio pudica meio puta.
Entrou na sala rapidamente, como um advogado que acabara de ganhar a causa.
Qualquer coisa seria melhor que apanhar em trote e se mijar de medo. Foi uma senhora troca: Uma trepada animalesca para acabar com trotes animalescos.

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