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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Ao Soldado Inimigo:



Sei que talvez não tenhas culpa,
ao menos toda ela...
Bates continência, sentinela
da Terra Prometida,
mas esse meu corpo de nove anos...
que tem com a tua ira?

Essa tua arma certeira...
por que me acerta a alma?
Meu corpo se vai e sei que também sofres.

Quem te manda? Quem te aguça então
a apertar o gatilho?
Estamos sob o mesmo céu
e habitaremos à mesma terra.

Sei que voltarás para a casa aflito...
Abraça a tua prole
que ainda está viva!

Sei que sonharás comigo...
Afaga o teu menino
por mim que já não tinha pai
e deixei de ser filho.

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