Só quero viver
O tempo que me resta, tanto
Que em meu sorriso não caiba pranto.
Blog do médico e escritor Omar Ellakkis.
Exagero nos sonhos
Por isso sofro, mas vibro...
A linha tênue que se faz
entre a realidade e o enredo sonhado
Arrebenta-se nos dentes cerrados da fé
cada vez que fecho os olhos...
Ninguém sonha meu sonho,
Nem tem minha paz em saber
Que o possível é divino sopro:
sentir e ver?
só o sonhador é capaz...
vai à frente, intrépido,
E a história costurada pelo tempo
Vem logo atrás
Deixando cicatrizes, é verdade,
Mas ensinando que não há viver sem sonhar.
"Milagres do Rio Grande"
. ( Omar Ellakkis, Foz do Iguaçu, maio de 2024)
Acordei de madrugada
De um pesadelo com gente do meu povo
Sonhei triste que as terras do Rio Grande
Se afogaram em aguaceiro e lodo
As lágrimas desceram na hora
E nos dias que vieram depois...
É que vim a saber o que era de fato:
O pesadelo era real, foram vários,
Não só um ou dois...
E a chuva veio de um forma tal
Que nunca se vira antes
Muitos perderam suas casas, carros pastagens
Muitos perderam a sua comida, seu sustento, seu parreiral
Mas o que doeu mais nessas imagens
Foram as vidas perdidas,dos entes queridos
De irmãos, conterrâneos ou não,...de amigos,
De infantes
De animais de todas as raças e cores
Que dor danada no coração e sofrimento
Ver faltar água, guarida e alimento
Para esse povo que tanto fez por nosso
Brasil...
Mas dessa terra mais que molhada e arrasada
Também vi brotar solidariedade, barbaridade!
Irmãos de todos os cantos
Enviando suprimentos ,se nao à saciedade , ao menos a acalmar o pranto
Dando um tapa na tristeza, a levantar de novo,e de novo de pé,
Como sempre esteve esse povo gentil
Arregaçando as mangas , secando as lágrimas e ressuscitando a fé
Juntando suor à terra, pegando de novo na enxada
Plantando os grãos e tratando as cabeças...
Ah, a vitória será certa
E quanto mais a ferida é aberta
Mais força há de nascer, como não?
Uma hora a terra há de secar
Em pleno sol forte de novo
Feito a força de nosso povo
E o Rio Grande continuará vibrante!
E eu , das querências do Iguaçu
Que aprendi a viver com a gauchada
Depois de esgualepado de tristeza
Vou avisando que só não nasci gaúcho
Mas gaúcho estou de coração.
De pronto vos digo
Não há tempestade que dure tanto
Depois dela
Deus mandará um baita manto
Para amparar esse grande e amado pedaço
da Nação, onde vive na labuta e não perde a esperança
Nosso povo gaúcho, nosso amado povo irmão !
Estiquei o meu olhar
Para te ver ao longe
Era a tua silhueta
Ou a tua aura
Palpitações e passos largos
Corri enfim
E alcancei a tua imagem
Tentei abraçar -te
Mas a tua imagem desapareceu
Como o arco-íris ao fim do horizonte.
Invado o seu sonho
Na certeza de que nele você me abrace
E beije...até ficarmos sem ar
Beije sem saber se haverá a manhã
Proponho:
Abrace e beije...
É só um sonhar.
Sempre há algo novo
Uma ceia
um perfume,
uma nova flor
Sempre há amor
No novo
Por mais antigo que for
Sempre há um sorriso
Que se extrai da dor
Sempre há
Uma alegria que vem do improviso.
Nunca roubei nada
De ninguém!
Mas, se eu te roubar um beijo
Aquele apaixonado
Que sentença me darás?
"Eternamente culpado"
Ou " Que Deus perdoe a nós dois, amém"!
" É que por gostar de assim ser roubada
Tornei-me cúmplice:
Um pouco do seu beijo eu roubei também "!
Omar Ellakkis, Foz do Iguaçu, 30-10-23